sábado, 11 de abril de 2015

PUBALGIA: SINAIS, SINTOMAS E TRATAMENTO

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Pubalgia: sinais, sintomas e tratamentoQuase todos os atletas já ouviram falar em pubalgia e muitos já sofreram com este problema, no entanto pubalgia ainda é um termo envolto em várias dúvidas e mal-entendidos.
O termo genérico pubalgia não se refere a nenhuma patologia em específico, significando apenas dor localizada na sínfise púbica e nas inserções musculares adjacentes, geralmente originada por uma disfunção no sistema músculo-esquelético.
Esta dor pode resultar de uma lesão aguda, acompanhada de processo inflamatório, conhecida como osteíte púbica, ou de um processo crónico, a que se pode chamar lesão por stress da sínfise púbica.
A sínfise púbica é uma articulação relativamente imóvel, localizada na região central à frente da bacia, um “anel” ósseo que suporta e distribui o peso de toda a parte superior do corpo. Para além disso esta articulação tem próximo de si a inserção dos abdominais, dos adutores da coxa e dos músculos do pavimento pélvico.
Estes dois factos tornam mais fácil compreender porque qualquer alteração na relação de forças aplicadas num ponto da bacia, uma dismetria no comprimento dos membros inferiores ou um desequilíbrio muscular podem mudar significativamente a tensão aplicada sobre a sínfise púbica, causando primariamente uma inflamação desta articulação, podendo depois evoluir para um processo degenerativo crónico.
A pubalgia e a corrida
As lesões da sínfise púbica representam 0.5-7% de todas as lesões no desporto e afectam sobretudo os corredores de longas distâncias. As causas mais comuns para a osteíte púbica (inflamação da sínfise púbica) são:
  • O desequilíbrio das forças dos músculos que se inserem próximo à sínfise púbica, especialmente os adutores da coxa.
  • Disfunção da articulação sacro-iliaca (região posterior da bacia), provocando um aumento de tensão na sínfise púbica.
  • A alteração da superfície de treino, geralmente acontece no sentido da superfície mais suave para a mais dura.
  • Os microtraumatimos repetitivos, resultantes do esforço físico excessivo.
  • Forças de cisalhamento aplicadas à sínfise púbica características de movimentos rápidos combinados com desvios laterais, característicos de corridas em terrenos irregulares.
Estudos recentes revelam que o processo inflamatório está presente por relativamente pouco tempo, sendo que, se não for devidamente acompanhada, rapidamente esta lesão se transforma num processo crónico, com alteração das estruturas músculo-esqueléticas adjacentes à articulação.
Sinais e sintomas/ Diagnóstico
  • Dor persistente na virilha durante a corrida, exercícios abdominais e agachamentos, que raramente é impeditiva, mas poderá ser bastante desconfortável.
  • Dor na virilha que se desenvolve gradualmente, podendo ser confundida com uma lesão muscular.
  • Limitação da amplitude de rotação da articulação da anca.
  • Em casos graves pode provocar caudicação.
Uma boa avaliação, incluindo uma história clínica, exame da anca, pélvis, lombar e articulação sacro-iliaca são necessários para ajudar ao diagnóstico de uma lesão da sínifise púbica. Um raio-X poderá confirmar o diagnóstico, demonstrando uma sínfise púbica irregular, com sinais de espessamento do osso e inflamação. Para além disso uma ecografia é frequentemente pedida para confirmar o estado dos tecidos moles envolventes.
Tratamento
O tratamento em fisioterapia, na fase inicial, consiste e controlar os sinais inflamatórios, através de:
  • Descanso: é o conceito-chave de toda a recuperação. É fundamental que repouse de todas as actividades que causam dor. Se dormir de lado deve colocar uma almofada entre as pernas. Repouso não significa parar, pelo contrário, se correr causar dor, mantenha o treino, mas apenas a caminhar, e se mesmo assim sentir dor, diminua o tempo que caminha.
  • Gelo: Aplique uma compressa de gelo na área lesada, colocando uma toalha fina entre o gelo e a pele. Use o gelo por 15 minutos e depois espere pelo menos 45 minutos antes de aplicar gelo novamente.
  • Analgésicos e anti-inflamatórios não-esteróides poderão ser receitados pelo médico para controlar o processo inflamatório e aliviar as dores.
Após a fase inflamatória (2-3 dias) o seu fisioterapeuta poderá recorrer às seguintes técnicas para restaurar o normal funcionamento da articulação:
  • Alongamento dos músculos inseridos próximo da sínfise púbica, particularmente dos adutores da coxa. Devem ser realizados progressivamente e sem provocar dor
  • Mobilizações articulares da anca para ganho de amplitude de rotação
  • Manipulações articulares da sacro-iliaca e sínfise púbica devem ser realizadas apenas por fisioterapeutas mais experientes.
  • O fisioterapeuta poderá aplicar ultra-sons na região da sínfise púbica e próxima à inserção dos músculos adutores para reduzir a dor e controlar o processo inflamatório. Deve ser utilizado apenas em atletas em que a fase de crescimento já tenha terminado.
  • Plano de exercícios terapêuticos para realizar no domicílio que inclua movimentos de rotação da pélvis, e mobilização da coluna lombar e ancas.
  • Assim que os sintomas permitirem, fortalecimento dos músculos inseridos próximo da sínfise púbica, particularmente dos adutores da coxa. Devem ser realizados progressivamente e sem provocar dor. Um aquecimento com técnicas de facilitação neuromuscular propioceptiva poderá melhorar as propriedades do tecido muscular
  • A aplicação de calor antes dos exercícios para aumentar a irrigação sanguínea e de gelo no final para prevenir sinais inflamatórios.
  • Educação do paciente e plano de retorno gradual à actividade.
Exercícios terapêuticos para a pubalgia
Os seguintes exercícios são geralmente prescritos durante a reabilitação de uma lesão da sínfise púbica. Deverão ser realizados 2 a 3 vezes por dia e apenas na condição de não causarem ou aumentarem os sintomas.
Pubalgia: sinais, sintomas e tratamento
Fortalecimento do transverso do abdómen Deitado, com o elástico à volta da cintura. Pressionar o fundo das costas contra o chão e tentar diminuir o diâmetro da cintura. Mantenha a contracção durante 8 segundos. Retorne lentamente à posição inicial. Repita entre 8 e 12 vezes, desde que não desperte nenhum sintoma.


Pubalgia: sinais, sintomas e tratamento
Alongamento dos adutores da coxa Em pé, com as pernas afastadas, empurre a bacia para o lado contrário ao músculo a alongar, de seguida, com as costas alinhadas, incline ligeiramente o tronco à frente até sentir o alongamento na região interna da coxa e virilha. Mantenha a posição durante 20 segundos. Alivie lentamente a pressão. Repita entre 5 a 10 vezes, desde que não desperte nenhum sintoma.







Fortalecimento dos extensores da anca Deitado, com os braços ao longo do corpo, eleve a bacia até coxas e costas ficarem alinhadas no mesmo plano. Retorne lentamente à posição inicial. Repita entre 8 e 12 vezes, desde que não desperte nenhum sintoma.
Antes de iniciar estes exercícios deve sempre aconselhar-se com o seu fisioterapeuta.
Referências
Hiti CJ, Stevens KJ, Jamati MK, Garza D, Matheson GO. Athletic osteitis pubis. Sports Med. 2011 May 1;41(5):361-76.
Fricker PA, Taunton JE, Ammann W. Osteitis pubis in athletes. Infection, inflammation or injury? Sports Med. 1991 Oct;12(4):266-79.
Johnson R. Osteitis pubis. Curr Sports Med Rep. 2003 Apr;2(2):98-102.
Major NM, Helms CA. Pelvic stress injuries: the relationship between osteitis pubis (symphysis pubis stress injury) and sacroiliac abnormalities in athletes. Skeletal Radiol. 1997 Dec;26(12):711-7.
Autor: João Carlos Maia – Fisioterapeuta


PUBALGIA


Voce Sabe O Que E Pubalgia

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Você sabe o que é pubalgia?



O osso púbis é como um cabo de guerra entre os músculos abdominais e os adutores do quadril. A inflamação acontece quando um lado é muito mais forte. 

A pubalgia é um quadro que gera dor na virilha e na região central do osso púbis. Ela é mais frequente em jogadores de futebol, mas também acomete corredores de longa distância e geralmente atrapalha bastante a rotina de treinos e competições.

Podemos pensar no osso púbis como um cabo de guerra. Acima dele se inserem os músculos abdominais e abaixo os músculos adutores do quadril (que fecham o quadril). A pubalgia acontece quando um dos lados do cabo puxa mais forte do que o outro, ou seja, quando um dos grupos musculares se sobrepõe de forma exagerada sobre o outro.

Existe uma articulação chamada sínfise púbica ligando o osso púbis direito e esquerdo, que sofre com os desequilíbrios desse cabo de guerra, e fica inflamada. Em geral os músculos adutores levam a vantagem sobre os abdominais, o que também gera inflamação na inserção dos músculos adutores no púbis.

O tratamento da pubalgia deve incluir medidas anti-inflamatórias e restauração do equilíbrio muscular da região. Para isso os músculos abdominais devem ser treinados a ficarem contraídos durante toda a prática de qualquer atividade física. E como já mencionei em outras colunas, uma barriga de tanquinho não necessariamente representa uma boa musculatura abdominal. Mais importante do que a força explosiva é a manutenção de uma pequena contração basal que estabilize o tronco durante todos os movimentos.

Em associação com a questão abdominal, os músculos adutores também podem estar “puxando” o osso púbis com muita força devido a falta de atividade adequada dos músculos extensores do quadril. É um mecanismo compensatório do corpo: quando um músculo não trabalha direito outro músculo tem que fazer o trabalho em dobro.

Aos primeiros sinais de dor, já procure tratamento. A pubalgia tende a ser um quadro complexo se tratado tardiamente e pode diminuir bastante o rendimento do atleta.

Por Raquel Castanharo - Fisioterapeuta
Artigo publicado em portal EU Atleta.

Miosites


O que é Miosite? 

É uma inflamação nos músculos que causa fraqueza muscular, dificuldade para subir escadas, para andar, levantar os braços, quedas com freqüência.

É um tipo de reumatismo?

O médico tem que diferenciar primeiro se é uma doença reumatológica ou neurológica. Caso seja um reumatismo é uma doença auto-imune que pode afetar os músculos, articulações, a pele, pulmão e o esôfago. Tem dois tipos principais de miosites: Dermatomiosite--- inflamação da pele e do músculo e a polimiosite, quando não há lesão de pele.    

O que causa a Miosite?

Como a maioria das doenças não se conhece a causa. Em alguns raros casos é uma doença causada por algumas medicações como os medicamentos para o colesterol, álcool, vírus, protozoários, bactérias. A dermatomiosite pode ser o primeiro sinal de um câncer de local ainda não definido mais freqüentemente de ovário.

Como se faz o diagnóstico da Polimiosite e da Dermatomiosite?

A queixa do paciente de fraqueza muscular e quedas  ajudam muito no diagnóstico. Além disso, a confirmação da fraqueza pelo exame físico e pelo aumento de enzimas musculares que são medidas no sangue (CK, aldolase, DHL) Outro exame de grande importância é a eletroneuromiografia que mostrar também a  fraqueza do músculo e pode diferenciar se é uma doença reumatológica ou neurológica. Quase sempre é necessário a realização de uma biópsia muscular que é um procedimento simples mas deve ser avaliado por um patologista experiente nas doenças musculares.  

Como se trata a Polimiosite e a Dermatomiosite?

Todos os pacientes devem fazer fisioterapia para o fortalecimento muscular. O conhecimento da doença é fundamental para que o paciente e os familiares possam trabalhar em conjunto. Todos os casos usa-se corticoesteróides para controle da inflamação da pele e do músculo. Tratar os órgãos acometidos com medicações específicas: Articulações, fadiga, lesões de pele - hidroxi-cloroquina Pulmão- corticoesteróide e outros imunossupressores




Reumatologia/Doenças Auto-Imune


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Miopatias Reumáticas ou Miosites
O que são?
São um grupo de doenças inflamatórias que afetam os músculos primariamente, mas que também podem acometer outros órgãos. Incluem, portanto, a POLIMIOSITE, DERMATOMIOSITE E MIOSITE DE INCLUSÃO. Outros fatores como hipotireoidismo, exposição à toxinas, reações à drogas, e hereditariedade também podem afetar a musculatura, sendo necessário um diagnóstico diferencial cuidadoso no paciente. As miosites são caracterizadas ,principalmente, por uma fraqueza muscular proximal, ou seja, dos músculos dos ombros e parte superior dos braços(cinturas escapulares), e da bacia e parte superior das coxas (cintura pélvica). Outros sintomas incluem: mialgia (dor muscular), cansaço, edemas( inchaços) manchas cutâneas (face e articulações), febre, etc. As vezes o acometimento muscular é tão importante que pode provocar dificuldade de respiração (dispnéia). O início do quadro muscular é variável , podendo acontecer em crianças e idosos ( nos últimos estão normalmente associados à tumores malignos).

Causa
Ainda é desconhecida, mas fatores ambientais e, uma predisposição genética, parecem ter importância em alguns casos.

Impacto na saúde
Acomete cerca de 10 novos casos por milhão a cada ano.
Ocorre em 03 mulheres para cada homem.
Pode variar de pouca sintomatologia à uma doença extremamente grave, com risco de vida.
Em geral, acontecem por volta dos 40 anos


Diagnóstico
Um diagnóstico tardio é o mais comum de ocorrer, uma vez que a sintomatologia é normalmente atribuída à enfermidades mais comuns (viroses, por exemplo) ou mesmo outras doenças do tecido conjuntivo. Deverá ser feito através de uma anamenese cuidadosa, um exame físico detalhado, testes laboratoriais e normalmente uma Eletroneuromiografia (um exame especial para músculos e nervos). Muitas vezes, se torna necessário uma biópsia muscular para se fechar um diagnóstico definitivo.


Tratamento

São doenças complexas, que podem envolver muitos órgãos do corpo, mas muitos dos sintomas são controlados simplesmente com educação e compressão do paciente, fisioterapia, e lógicamente, com o uso de certos medicamentos, especialmente os corticosteroódes e imunossupressores.



O papel do reumatologista tratando miopatias
O reumatologista se especializou no diagnóstico e tratamento das miosites, seja pelos seus critérios imunológicos, ou mesmo pela capacidade de ver o paciente como um todo, Os pesquisadores representam um papel crítico em ciência básica e investigação clínico da doença. O reumatologista funciona também como um consultor de outras especialidades que são necessários ao tratamento de miosites.
Autor: Dr. Marcelo Cruz Rezende - reumatologista / MS
Baseado em texto da "Arthritis Foundation"


IMPORTANTE
  •  Procure o seu médico para diagnosticar doenças, indicar tratamentos e receitar remédios. 
  • As informações disponíveis no site da Dra. Shirley de Campos possuem apenas caráter educativo.
Publicado por: dra. shirley
























Bursite


Bursite é definida como uma inflamação da bolsa sinovial (ou bursa), que é uma pequena bolsa que envolve as articulações e abriga o líquido sinovial, tendo como função evitar o atrito entre duas estruturas, protegendo os tendõestecidos musculares e ossos.
As regiões mais afetadas são: ombros, cotovelos, joelhos e quadris. No entanto, ocorre mais frequentemente no ombro, pois este possui uma grande quantidade de bursas.
Entre as possíveis causas de bursite, estão:
  • Traumatismo;
  • Lesões por esforço;
  • Infecções;
  • Uso demasiado das articulações;
  • Repetitivos movimentos;
  • Artrite;
  • Gota.
O indivíduo afetado sente dor e os movimentos tornam-se restritos, podendo resultar em formação de edema.
O tratamento deve ser feito sob a supervisão do médico, sendo que é recomendado o uso de antiinflamatórios, relaxantes musculares, compressas com gelo, restrição dos movimentos da área afetada, podendo até ser realizada intervenção cirúrgica (bursectomia) em casos mais graves. Recomenda-se também a realização de fisioterapia sob supervisão de um profissional da área.
A prevenção desta afecção é feita através de medidas simples, como:
  • Realização de alongamento  antes da realização de exercícios físicos;
  • Fortalecimento da musculatura ao redor das articulações;
  • Fazer paradas frequentes durante a realização de exercícios repetitivos;
  • No dia-a-dia e também durante a realização de atividades, sempre manter boa postura corporal;
  • Exercícios físicos novos devem ser começados lentamente, aumentando sua intensidade gradativamente.
Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Bursite
http://www.copacabanarunners.net/tendinite.html

TENDINITE | SINTOMAS, CAUSAS E TRATAMENTO

TendõesO tendão é um cordão fibroso, composto de tecido conjuntivo e colágeno, que existe ao final de cada músculo, sendo responsável pela fixação do mesmos aos ossos. De forma bem simples, podemos dizer que o tendão é uma espécie de corda que fica grudada aos ossos, ajudando os mesmos a se moverem toda vez que o músculo se contrai. É graças aos tendões que conseguimos mover os dedos, as mãos, pernas, ombros, e diversas outras partes do corpo.
Alguns tendões são superficiais e facilmente identificáveis, como os tendões das mãos e dos pés demonstrados nas fotos ao lado.
Outro tendão facilmente identificado é o tendão de aquiles, também chamado tendão calcâneo, que liga os músculos da panturrilha ao calcanhar. Se você passar os dedos logo acima do osso do calcanhar irá notar a presença deste um robusto cordão fibroso.
Tendões do pé
Como os tendões são os responsáveis por transmitir as forças dos músculos aos ossos, os mesmo são constantemente submetidos a tração e estresses mecânicos, que, caso ocorram de forma intensa e/ou repetida, podem levar a pequenas fissuras e degenerações do tendão, principalmente em indivíduos mais velhos, que já possuem um tendão menos elástico e, portanto, mais susceptível a esgarçamentos.
A tendinopatia geralmente ocorre quando o tendão sofre lesões por uso excessivo e não consegue ter um “descanso” para se curar adequadamente, tornado-se mais espesso e com cicatrizes. Também são comuns alterações tais como áreas de desorganização das fibras, calcificações e até necrose do tendão.

CAUSAS DA TENDINITE

Conforme vamos envelhecendo, nosso tendões vão perdendo elasticidade, fazendo com que, a partir dos 35 anos, as tendinopatias se tornem cada vez mais comuns.
O fato de nas últimas décadas a população de meia-idade ter se tornado mais ativa colaborou para o aumento da incidência de tendinites, principalmente os do tendão de aquiles e tendões do joelho, cotovelo, punho e ombro.
A tendinite pode surgir por movimentos repetitivos que ocorrem no trabalho ou mesmo durante a prática de exercícios, como correr, jogar tênis, basquete, volei ou golfe. Pessoas com sobrepeso, com musculatura fraca ou que trabalhem em condições inadequadas também apresentam mais riscos de desenvolverem tendinites.

SINTOMAS DA TENDINITE

O principal sintoma da tendinite é a dor, que piora quando o tendão é utilizado. Nas tendinopatias dos tendões mais superficiais, como no caso do tendão de Aquiles, é possível notar dor e um espessamento do tendão à palpação do mesmo. Um inchaço na região do tendão também é comum.
O quadro clínico específico depende do tipo de tendão acometido. Por exemplo, nas tendinites do ombro (tendinopatia do manguito rotator), o paciente sente uma dor profunda no ombro quando tenta fazer movimentos com o braço; na tendinite do joelho (tendinopatia patelar), há uma dor na porção anterior do joelho toda vez que o paciente anda, sobe ladeira ou quando está sentado e levanta-se.

DIAGNÓSTICO DA TENDINITE

Uma tendinose pode ser diagnosticada apenas com o exame físico. Quando há dúvidas, exames de imagens, como a ultrassonografia ou a ressonância magnética podem ser solicitados.

TRATAMENTO DA TENDINITE

Muitas vezes, o paciente acaba se automedicando para a dor e demora para procurar um ortopedista, que é o especialista para tratar tendinopatias. A demora para iniciar um tratamento pode diminuir as chances de cura completa.
O primeiro passo no tratamento da tendinose é identificar e corrigir a causa. Posições inadequadas na hora de escrever ou datilografar, tênis inapropriados para correr, falta de orientação de um profissional de educação física na hora de fazer musculação ou nadar, etc., podem ser causas corrigíveis de tendinopatias. Para as pessoas que trabalham com computador e têm tendinite no braço, a troca por um teclado mais ergonômico pode ser a solução. Às vezes, basta mudar a altura da cadeira ou a posição do punho ou do cotovelo durante o trabalho para reduzir a carga sobre o tendão afetado.
No período de recuperação, o paciente deve evitar sobrecarregar o tendão lesionado. Repouso é essencial. A fisioterapia para reabilitação muscular e do tendão é muito importante no processo de recuperação. É preciso ter paciência, pois o tratamento de reabilitação do tendão pode durar várias semanas.
Medicamentos anti-inflamatórios podem ser usados por curto período, como 5 a 7 dias. Tratamentos mais prolongados não apresentam benefícios e ainda aumentam muito os risco de efeitos colaterais (leia: EFEITOS COLATERAIS DOS ANTI-INFLAMATÓRIOS). As pomadas contendo anti-inflamatórios podem ajudar na dor e apresentam menos efeitos colaterais que os comprimidos.
Da mesma forma, a injeção de corticoides pode ser usada de forma pontual para aliviar os sintomas na fase mais crítica da tendinite, porém, o seu uso de forma repetida é prejudicial, já que aumenta o risco de rotura do tendão (leia: PREDNISONA E CORTICOIDES | Efeitos colaterais).
Aplicação local de calor ou gelo podem ser usados para aliviar a dor.
Tratamento vendidos como de última geração, tipo Laser, ultrassom ou ondas de choque apresentam mais publicidade do que resultados nos estudos clínicos.
A Acupuntura pode ajudar no controle da dor aguda, mas não há evidências científicas de que, a longo prazo, haja benefícios.
Se após 6 meses de tratamento não houver relevante melhora da dor, deve-se pensar no tratamento cirúrgico,




> REVISÃO DA LITERATURA
A Instabilidade Crónica da Articulação Tibio-Társica:
Etiologia, Fisiopatologia e Métodos de Medição e Avaliação
Marc Reis 1, Raúl Oliveira 2
Revista Portuguesa de Fisioterapia no Desporto | Volume 6 Número 1
6
>RESUMO
Introdução: A instabilidade crónica da tíbio-társica (ICTT) está associada à instabilidade mecânica e/ou funcional da articulação tíbio-társica, sendo descrita como a alteração residual mais comum após lesão capsulo-ligamentar. Testes dinâmicos mostram ser mais adequados para a identificação de défices funcionais relacionados com alterações na oscilação postural e no tempo de estabilização, com efeitos na estabilidade dinâmica, particularmente solicitada em gestos desportivos como a recepção de um salto ou numa mudança brusca de direcção na corrida. Objectivo: elaborar uma revisão compreensiva e analítica da literatura que descreva de forma sucinta o conceito de ICTT, os
seus processos etiológicos e fisiopatológicos que fundamentam a disfunção, assim como os métodos de avaliação da oscilação postural que nos permitam quantificar objectivamente a dimensão dos mecanismos de controlo postural. Discussão: O desenvolvimento de instabilidade crónica da articulação tíbio-társica (ICTT) é a alteração mais comum após lesão deste complexo articular, sendo esta caracterizada como tendo uma componente mecânica e/ou funcional.
Os sintomas como episódios de sensação de instabilidade articular (giving away), dor e défices em actividades funcionais associados a ocorrência de recidivas de lesão, determinam um quadro de ICTT. Os estudos enfatizam a importância da avaliação dinâmica do controlo postural, onde os mecanismos de feedforward têm especial relevância. A avaliação da OP, nomeadamente em single leg jump landing (SLJL), e do tempo de estabilização, deve ser parte integrante deste tipo de avaliação clínica. Conclusão: Uma boa compreensão dos mecanismos de controlo postural inerentes à ICTT e o conhecimentos dos métodos de avaliação da OP, permitem uma melhor integração e
avaliação da efectividade de programas de reeducação neuro-motora na melhoria da estabilidade, no sentido de prevenir e/ou minimizar o risco de recidiva de lesão e consequente melhoria da performance do atleta, tanto em sujeitos com instabilidade, como em sujeitos saudáveis (prevenção).
Palavras-Chave: Instabilidade crónica da tíbio-társica; Oscilação Postural; Controlo Postural; Tempo de Estabilização

>ABSTRACT
Introduction: The Chronic Ankle Instability (CAI) is associated with a mechanical and/or functional instability of the ankle joint, being described as the most regular residual dysfunction after an ankle injury. Dynamic tests show to be the most adequate to identify the functional deficits related to the changes in postural movements and in the stabilization time, with consequences in dynamic stability, particularly the kind that is more important for sportive maneuvers such as the landing of a jump or the sudden change of a run. Goal: To elaborate a comprehensive and analytical literature revision that describes in a resumed way, the concept of CAI, its etiological and pathophysiological that is the base of the dysfunction, as well as the methods to evaluate the postural movement that allows us to objectively quantify the dimension of the mechanisms of postural control. Discussion: The development of CAI is the most common change after an injury in this joint complex, being characterize as having a mechanical and/or functional component. The symptoms such as episodes of a feeling of joint instability (giving away), pain or deficits in functional activities associated with the occurrence of recurrence of the injury, determine a CAI overview.
Studies emphasize the importance of the dynamic evaluation of the postural control, where the feedforward mechanisms are especially relevant. The evaluation of the postural oscillation (PO), especially in a single leg jump landing and the stabilization time, should be fully integrated in this kind of clinical evaluation. Conclusion: A good comprehension of the postural control mechanisms directly related to CAI and the knowledge of OP evaluation methods, allow for a better integration and evaluation of the effectiveness of the neuro-motor rehabilitation programs in stability improvement, in order to prevent and/or minimize the risk of reoccurrence of the injury and
consequent improvement of the athlete’s performance, in subjects with instability, as well as healthy subjects (Prevention).

Key Words: Chronic Instability of the ankle; Postural Movement; Postural Control, Stabilization Time

Marc Reis
Fisioterapeuta. Mestre em
Fisioterapia pela FMH-UTL1
ft.marcreis@gmail.com
Raúl Oliveira
Fisioterapeuta. Doutorado em
Fisioterapia pela FMH-UTL2
Revista Portuguesa de Fisioterapia no Desporto | Volume 6 Número 1
7
Introdução

A instabilidade crónica da tíbio-társica (ICTT)tem sido objecto de estudo em muitas
investigações, nomeadamente ao nível do seu processo fisiopatológico e factores de risco
intrínsecos e extrínsecos associados à sua elevada taxa de incidência, assim como, dos seus
efeitos funcionais após lesão capsulo-ligamentar resultante de mecanismos de entorse de
repetição. Diversos estudos apontam para a presença de alterações da oscilação postural
(OP) em indivíduos com ICTT, o que poderá indiciar alterações ou disfunções nas estratégias
de controlo motor ou postural. Contudo, existealguma controvérsia relativamente aos métodos
utilizados para a sua medição quanto à suafiabilidade e sua aplicação em situações de
contexto clínico.O entorse da articulação tíbio-társica é um dosmecanismos de lesão mais frequente na práticadesportiva (Suda, Amorim & Sacco, 2009). Osdesportos em que os atletas realizam
frequentemente saltos e recepções em apoiounipodal, apresentam um elevado risco de lesão
na articulação tíbio-társica (Thacker et al.,1999).Garrick (1997) considerou também que o
complexo ligamentar externo da articulaçãotíbio-társica é uma das estruturas maisfrequentemente lesada em atletas. Em 85% doscasos ocorre um processo de entorse nasequência de um mecanismo de inversãoassociado ou não a flexão plantar.Algumas dessas lesões podem deixar sequelas como é o caso da ICTT, aumentando o risco derecidivas ou mesmo de uma instabilidade
residual permanente com impacto na actividadedesportiva dos atletas.A ICTT tem sido descrita como a alteraçãoresidual mais comum do complexo articular daarticulação tíbio-társica, após lesão
(Caulfield,Delahunt & Kenneth, 2006). Segundo Karlsson eChan (2005), entre 10% a 76% dos sujeitos quesofreram lesão cápsulo-ligamentar da tíbiotársica,referiram ainda sentir alterações nestaarticulação, entre seis meses e um ano apóslesão.
Segundo Yeung, Chan e Yuan (1994), entre40% a 70% dos indivíduos que sofreram lesões
capsulo-ligamentares desenvolveram ICTT. Estasurge quando ocorre uma alteração da mecânica
da estabilidade articular, devido a sucessivaslesões, resultando em défices do controlo
neuromuscular (Gribble & Hertel, 2004). Namaioria dos casos, a instabilidade surge durante
a prática de exercício físico, em que após uma lesão, o retorno ao treino provoca lesões
recidivantes. Segundo Peters, Trevino e Renstrom (1991) após lesão capsulo-ligamentar
da articulação tíbio-társica, cerca de 10% a 30% dos indivíduos referem sintomas persistentes ou recidivas de lesões. Guskiewicz e Ross (2004) estimam que a frequência da sua ocorrência seja entre 30% a 78%. Uma parte importante da intervenção em fisioterapia na prevenção e tratamento da ICTT, integra programas de reeducação e de controlo sensório-motor, no sentido de uma melhoria ou
optimização dos mecanismos neurofisiológicos de controlo postural e consequente melhoria da
estabilidade articular, com minimização da OP em situações de maior risco de lesão capsuloligamentar, como acontece, por exemplo, na recepção após um salto e nas mudanças bruscas
de direcção e/ou velocidade. Pretendemos neste artigo elaborar uma revisão compreensiva e analítica da literatura que descreva de forma sucinta o conceito de ICTT, os seus processos etiológicos e fisiopatológicos que fundamentam a disfunção, assim como os métodos de avaliação da OP que nos permitam quantificar objectivamente a dimensão do mecanismos de controlo postural. Estes métodos
também servem para avaliar a efectividade dos programas de intervenção que os Fisioterapeutas
no desporto implementam em casos de atletas com ICTT.

Instabilidade Crónica da Tibio-Társica:

Conceitos e Etiologia

Não é consensual na literatura a definição de ICTT. Segundo Delahunt et al. (2010) a ICTT é
um termo utilizado em sujeitos que apresentam instabilidade mecânica e funcional da tíbiotársica
e que manifestam sintomas de sensação de instabilidade articular pelo menos um ano após a ocorrência de lesão e que tenham sofrido pelo menos dois entorses de média gravidade nos
últimos 2/3 anos. O desenvolvimento de instabilidade crónica da articulação tíbio-társica (ICTT) é um dos Revista Portuguesa de Fisioterapia no Desporto | Volume 6 Número 1 8 principais problemas residuais após lesão, sendo esta caracterizada como tendo uma componente mecânica e outra funcional. Os sintomas como episódios de sensação de instabilidade articular
(giving way), dor e défices em actividades
funcionais associados a ocorrência de recidivas
de lesão, determinam um quadro de ICTT
(Delahunt et al., 2010).
A ICTT apresenta uma etiologia multifactorial,
onde se associam factores como a laxidão
ligamentar, a fraqueza muscular, a diminuição
no limiar de sensibilidade dos mecanismos
proprioceptivos, desencadeando uma alteração
estrutural e biomecânica da articulação, com
consequente défice no controlo postural,
comparativamente a sujeitos saudáveis (Denegar
& Miller, 2002; Hubbard, Hertel & Sherbondy,
2006; Kavanagh, 1999; Willems, Witvrouw &
Verstuyft, 2002).
Hertel (2002) definiu a instabilidade crónica da
articulação tíbio-társica como um episódio
recorrente da sensação de instabilidade desta
articulação, devido a défices neuromusculares e
proprioceptivos, que reduzem a eficácia dos
mecani smos aferentes e eferentes na
estabilidade dinâmica da articulação.
Em condições normais, as informações
proprioceptivas - o sentido de posição e de
movimento articular - são obtidas pelos
mecanoreceptores articulares e receptores
musculares (fuso neuro-muscular e órgão
tendinoso de Golgi) após a detecção de um
deslocamento ou de uma perturbação do
movimento articular. É desencadeada uma
resposta reflexa neural que origina uma
activação neuromuscular, no sentido de
aumentar o stifness muscular e o controlo do
movimento articular, ou ainda a manutenção do
controlo postural (Baltaci & Kohl, 2003) e a
estabilidade funcional da articulação (Riemann
& Lephart, 2002). No entanto, após um entorse
da articulação tíbio-társica, a lesão nas
estruturas cápsulo-ligamentares resulta numa
redução da capacidade de detectar alterações no
sentido de posição e movimento articular
(Hertel, 2000) devido a um processo designado
por desaferenciação neural (Freeman, Dean &
Hanham, 1965).
As alterações no controlo postural e/ou nos
processos de controlo neuromuscular e sensóriomotor,
muitas vezes presentes em sujeitos com
ICTT, potenciam os riscos de recidivas de
entorses como um mecanismo etiológico
associado a este tipo de lesões. As sequelas
estruturais e funcionais que muitas vezes
permanecem após lesão, acentuam o risco de
recidiva e elevam o número de lesões crónicas
existentes.
Instabilidade Crónica da Tibio-Társica:
fisiopatologia e disfunção de controle motor
A ICTT é geralmente associada à instabilidade
mecânica (IM) e/ou à instabilidade funcional
(IF) da articulação tíbio-társica (Hertel, 2002;
Monaghan, Delahunt & Caulfield, 2005).
A IF foi descrita como uma tendência para a
articulação tíbio-társica “ceder” durante a
realização de actividades funcionais normais
(Freeman, 1965; Demeritt et al., 2002).
Segundo Konradsen et al. (1998) esta é uma das
principais complicações que ocorre após lesão,
desenvolvendo-se entre 15% a 60% dos atletas
que sofreram lesão.
Tropp (2002) descreve a IF como uma sensação
subjectiva de giving way ou sensação de
instabilidade articular caracterizada pela
ocorrência de movimento articular para além do
controlo voluntário, e não necessariamente para
além do limite de movimento articular
fisiológico.
Delahunt et al. (2005) consideraram que existe
uma alteração da posição do pé em sujeitos com
IFTT, antes e depois da recepção ao solo,
podendo contribuir para um aumento do risco de
lesão. Para além do risco de recidiva, existe a
possibilidade de sintomas residuais como a dor, o
edema e o giving way da articulação. Estes
sintomas têm sido utilizados quando se emprega
o termo de ICTT (Delahunt, 2007b), sendo esta
designação utilizada, quando a instabilidade, a
ocorrência de recidivas ou a sensação de giving
way persistem por mais de seis meses (Karlsson,
Eriksson & Sward, 1996).
A instabilidade mecânica (IM) foi definida como
o movimento da articulação tíbio-társica para
além do seu limite fisiológico, sendo um termo
frequentemente usado associado à laxidão
ligamentar (Tropp, 2002) e testado clinicamente
através testes específicos de integridade
ligamentar.
Hertel (2000) define a IM como um aumento da
laxidão ligamentar associada a excessiva
Revista Portuguesa de Fisioterapia no Desporto | Volume 6 Número 1
9
amplitude de movimento articular ao nível da
articulação subtalar, tibio-társica e/ou tíbioperonial
inferior devido a uma alteração
estrutural nas estruturas capsulo-ligamentares. O
autor descreve a IM como laxidão patológica
secundária a lesão das estruturas ligamentares
que suportam a articulação tíbio-társica.
C o n c l u i u a i n d a q u e a s r e s t r i ç õ e s
artrocinemáticas, as alterações degenerativas e
as alterações sinoviais são factores associados à
IM.
Outros autores têm tentado definir, através de
diversos estudos, a IM e a IF como entidades
totalmente distintas (Tropp, Askling & Gillquist,
1985), evidenciando que a IF pode existir
independentemente da IM (Lentell, Katzman &
Walters, 1990; Birmingham, Chesworth &
Hartsell, 1997). No entanto, diversos estudos
têm provado que as duas podem coexistir (Ryan
L, 1994). É geralmente aceite que apesar da IF
e da IM poderem existir isoladamente, a ICTT
geralmente ocorre devido a uma interacção
entre as duas (Hertel, 2002; Hertel, 2000;
Denegar & Miller, 2002; Wilkerson & Nitz,
1994).
Cerca de 45% de todas as lesões da articulação
tíbio-társica ocorrem durante a recepção de um
salto (McKay et al., 2001). Sujeitos com IF da
articulação tíbio-társica, apresentam alterações
do padrão de movimento antes do impacto ao
solo na recepção de um salto unipodal,
comparativamente com sujeitos saudáveis
(Caulfield & Garrett, 2002). Estas diferenças
podem surgir por alterações no controlo do
padrão de movimento devido a lesão anterior
(Caulfield & Garrett, 2004) ou a disfunções daí
decorrentes.
Brown e Mynark (2007) mostraram que
indivíduos com ICTT demoram mais tempo a
estabilizar após uma actividade dinâmica do que
o grupo de controlo não lesado. Ross,
Guskiewicz e Yu (2005) colocaram a hipótese
de que este aumento no tempo de estabilização
pode levar a um aumento de recidivas de lesões
na articulação tíbio-társica devido a dificuldades
acrescidas em executar de forma mais eficiente
uma recepção após um salto.
Durante a fase de recepção ao solo, os
mecanismos neuromusculares do membro
inferior são responsáveis pela desaceleração e
estabilização do centro de massa corporal que
através da actividade extensora, permitem
resistir ao colapso do membro inferior e atenuar
ou amortecer as forças verticais de reacção ao
solo (Devita & Skelly, 1992). Os sujeitos com
ICTT apresentam maior tempo de estabilização
do seu centro de massa após uma perturbação do
equilíbrio e após a recepção de um salto
relativamente a sujeitos saudáveis (Hiller,
Refshauge & Beard, 2004).
Estudos anteriores indicam que a instabilidade
funcional da articulação tíbio-társica resulta de
um atraso da resposta motora reflexa numa
situação de stress ligamentar da articulação
tíbio-társica e na lesão/perturbação funcional
dos receptores articulares aquando da primeira
lesão (Freeman et al., 1965; Wilkerson & Nitz,
1994). No entanto, há estudos que sugerem que
o controle dinâmico da articulação tíbio-társica é
obtido através de mecanismos de feedforward
pelo sistema nervoso central dando menor relevo
aos mecanismos de feedback através da acção
reflexa (Konradsen, Voight & Hojsgard, 1997).
Um défice no controlo postural manifesta-se
frequentemente em indivíduos que sofreram
entorses da articulação tíbio-társica agudos e
recidivantes (Freeman, 1965; Garn & Newton,
1988). Estes défices posturais são, mais
provavelmente, secundários a uma combinação
de défices de controlo neuromuscular e de
propriocepção (Hertel, 2002).
O controlo neuromuscular é definido como uma
activação motora inconsciente que ocorre na
preparação e durante uma resposta ao
movimento articular com o objectivo de manter
e restaurar a estabilidade funcional da
articulação (Holmes & Delahunt, 2009).
Foi classicamente explicado por Freeman et al.,
(1965) que uma alteração ao nível dos
mecanoreceptores após entorse leva a uma
diminuição na transmissão dos impulsos
aferentes para o sistema nervoso central,
levando a uma diminuição da actividade reflexa,
resultando em défices do equilíbrio e
consequente desenvolvimento de IF. Segundo
esta teoria, a estabilidade dinâmica da
articulação tíbio-társica está dependente da
capacidade de activação neuromuscular dos
músculos eversores (peroneais laterais), em caso
de uma perturbação inesperada em inversão, no
sentido de prevenir a ocorrência de lesão.
Indivíduos com IF demonstram ter um atraso e
uma diminuição da resposta reflexa dos músculos
peroneais devido a uma alteração do input
Revista Portuguesa de Fisioterapia no Desporto | Volume 6 Número 1
10
sensorial proveniente das estruturas capsuloligamentares
(Delahunt E., 2007a).
A dificuldade e o elevado tempo necessário para
recuperar o controlo postural após uma
perturbação do equilíbrio em inversão, em
sujeitos com IFTT poderá ser devido a um
reduzido controlo no movimento de inversão. Um
conjunto de factores poderá influenciar este
controlo, como a redução e/ou tardia detecção e
percepção do movimento de inversão e o
aumento do tempo de latência dos músculos
peroneais laterais (Hiller et al., 2007).
Konradsen e Magnusson (2000) verificaram que
os sujeitos com ICTT apresentam um défice na
capacidade de detecção dos movimentos activos
e passivos da articulação tíbio-társica,
nomeadamente no movimento de inversão.
Contrariamente, Riemann e Lephart (2002)
sugerem que a actividade reflexa do longo
peroneal dificilmente fornece a protecção
adequada à articulação durante uma actividade
dinâmica.
Dois estudos examinaram a actividade do
músculo peroneal durante a recepção de um
salto em indivíduos com IF. Em ambos, não foi
possível identificar qualquer diminuição do
tempo de reacção muscular dos peroneais
laterais após a recepção do salto (Caulfield et
al., 2004; Delahunt, Monaghan & Caulfield,
2006). No entanto, em ambos os estudos
verificou-se uma diminuição da actividade do
músculo longo peroneal antes do contacto ao
solo indicando que indivíduos com IF parecem
apresentar um défice do mecanismo de
feedforward do controle neuromuscular (Holmes
& Delahunt, 2009).
A combinação destes dois défices observados
poderá deixar a articulação do tornozelo
vulnerável a lesões recorrentes num contacto
inesperado com o solo, resultando numa lesão de
hiper-inversão e consequente estiramento e
lesão dos ligamentos laterais da articulação
tíbio-társica (Holmes & Delahunt, 2009).
Caulfield e Garret (2002) verificaram existir
diferenças significativas em relação ao ângulo/
posicionamento articular da articulação tibiotársica
e do joelho no momento de pré e póscontacto
durante um single-leg jump-landing
(SLJL) entre indivíduos saudáveis e com IFTT.
A partir dos 40 milissegundos pré-contacto ao
solo, os sujeitos com IFTT iniciam a flexão do
joelho, e a partir dos 20 milissegundos
apresentam uma preparação diferente do pé
para a abordagem ao solo. Não existindo
durante todo o movimento de pré-contacto
qualquer tipo de força externa aplicada aos
sujeitos, as alterações verificadas entre os dois
grupos ao nível do comportamento cinemático da
articulação tibio-társica, sugerem diferenças dos
mecanismos de feedforward dos programas de
controlo motor.
Num estudo de Delahunt et al. (2005),
o b s e r v o u - s e q u e s u j e i t o s c om I F T T
apresentavam um aumento significativo de
supinação antes e depois do contacto do pé ao
solo, assim como, um aumento significativo de
flexão do joelho – entre os 95 ms antes do
contacto ao solo até 5 ms após o mesmo,
podendo esta posição inapropriada da tibiotársica
estar relacionada com um aumento do
r i s c o d e l e s ã o , r e c i d i v a d e l e s ã o , e
consequentemente ICTT.
Num outro estudo de Delahunt et al. (2006) com
o objectivo de estudar o comportamento
cinemático e cinético das articulações da
articulação tibio-társica, joelho e anca e a
actividade muscular principal dos músculos
destas articulações durante um salto, verificouse
um aumento do movimento no plano frontal
da articulação do tornozelo - aumento da posição
em i n v e r s ã o n o s s u j e i t o s c om IFTT
comparativamente a um grupo de controlo sem
lesão, antes do contacto com o solo (dos 200 aos
95 ms pré-contacto) o que coincide com uma
diminuição s ignificat iva da act ividade
eletromiográfica do longo peroneal lateral no
momento pré-contacto ao solo. A diminuição da
actividade do músculo longo peroneal lateral no
momento pré-contacto ao solo deixa a
articulação tíbio-társica numa posição vulnerável
(maior posição de inversão) e qualquer
antecipação de contacto ao solo na recepção de
um salto, pode originar um maior risco de lesão
em hiperinversão.
Konradsen et al. (1997) sugerem que uma préactivação
da actividade muscular dos peroneais
laterais é necessária para uma efectiva e
adequada estabilização articular e prevenção de
entorse em inversão. Observaram ainda uma
posição de menor flexão dorsal - dos 90 aos 200
ms pós contacto, assim como, uma diminuição na
capacidade de desenvolver força excêntrica no
plano sagital no mesmo período de tempo. Estes
resultados sugerem que sujeitos com IF
Revista Portuguesa de Fisioterapia no Desporto | Volume 6 Número 1
11
apresentam um défice no controlo do movimento
de flexão dorsal (closed packed position), que
associada à diminuição da sua amplitude de
movimento leva a uma menor absorção de forças
de reacção ao solo durante a recepção de um
salto, aumentando o risco de lesão.
Evans et al. (2004) identificaram défices no
controlo postural em ambos os membros após
lesão cápsulo-ligamentar da articulação tíbiotársica
unilateral. Friden et al. (1989)
verificaram uma diminuição do controlo postural
em ambos os membros após uma lesão aguda
unilateral da articulação tíbio-társica,
comparativamente a um grupo de controlo
saudável. Tropp, Odenrick e Gillquist (1985)
justificaram estas afirmações defendendo a
exi s tência de al terações cent rai s nos
mecanismos de controlo postural que levam a
défices bilaterais após lesão unilateral. A
reforçar esta ideia, McKeon e Hertel (2008)
recomendam a não utilização do membro não
lesado como comparação para a avaliação do
controlo postural num membro instável, após
lesão aguda da articulação tíbio-társica.
Avaliação da Oscilação Postural na ICTT
O sistema sensoriomotor é responsável pela
manutenção da estabilidade articular funcional
através da integração da informação aferente e
eferente associada a comandos centrais, no
sentido de promover uma activação neuromotora,
e assim controlar/regular a estabilidade
dinâmica articular (Riemann & Lephart, 2002).
Este sistema sensoriomotor requer uma
interacção constante e eficiente entre sistemas
perceptivos e sistemas de acção ou de
movimento.
A avaliação do equilíbrio e do controlo postural
é um dos métodos para a determinação indirecta
de défices sensoriais após uma lesão da
articulação tíbio-társica e da ICTT.
O controlo postural é normalmente medido a
partir da oscilação postural, através da distância
e amplitude de deslocamento do centro de
pressão (Mattacola & Dwyer, 2002).
Alterações ao nível do sistema sensoriomotor
associadas a IF da articulação tíbio-társica têm
sido demonstradas pela avaliação do controlo
postural em apoio unipodal. Uma deficiente
integração sensório-motora ao nível da
informação aferente e eferente pode levar a
uma redução da estabilidade postural por
d i s f u n ç õ e s a o n í v e l d o s me c a n i smo s
neuromusculares de feedback e feedforward, o
que leva a um aumento da oscilação postural
(OP) em apoio unipodal em indivíduos com IF da
articulação tíbio-társica (Hertel &, Olmsted-
Kramer, 2007).
A medição do controlo postural, através do uso
de plataformas de força, tem sido usada como
forma de prevenir o risco de entorses e avaliar
os défices sensoriomotores quer em estadios subagudos
quer em casos de ICTT (McKeon &
Hertel, 2008).
A utilização de plataformas de forças permite a
medição, de entre outros parâmetros, da
d i s t â n c i a e d a á r e a p e r c o r r i d a p e l o
deslocamento do centro de pressão. As
plataformas Footscan® são os sistemas mais
utilizados devido à sua alta especificidade, fácil
manuseamento e software detalhado para a
análise clínica. Para além disso, fornece
informação sobre a mecânica do pé, cujas
possíveis alterações dinâmicas se tornam difíceis
de identificar por observação directa pelo
clínico. Desta forma, quanto mais informação se
obtenha acerca da condição clínica, é possível
uma maior eficácia do diagnóstico e maior
sucesso na intervenção.
De acordo com uma revisão sistemática
realizada por McKeon e Hertel (2008), a
avaliação do controlo postural através do uso de
plataformas de força tem uma maior relevância
na identificação de défices no controlo postural
em situações de lesões agudas relativamente à
determinação de alterações em condições de
ICTT. Segundo estes autores, ao contrário do
que acontece em lesões agudas da articulação
tíbio-társica, o grau de evidência obtido não
permite concluir que a ICTT esteja associada a
uma alteração no controlo postural. Em sentido
oposto, Lephart, Riemann e Myers (2002)
concluem pela existência de um aumento da
oscilação postural em indivíduos com ICTT.
A avaliação da OP é habitualmente realizada
através da medição dos deslocamentos sofridos
pelo centro de massa (CM) e centro de pressão
(CP). O centro de pressão é uma medida
indirecta da OP e é habitualmente utilizada pela
simplicidade dos instrumentos existentes para a
sua medição. A excursão do CP é avaliada
tridimensionalmente pela interacção entre o
apoio do pé e as forças de reacção ao solo,
indicando-nos o comportamento postural na
Revista Portuguesa de Fisioterapia no Desporto | Volume 6 Número 1
12
manutenção do equilíbrio (McKeon & Hertel,
2008).
O CP é definido como a projecção do centro de
gravidade na base de sustentação, sendo uma
medida indirecta no estudo da oscilação
postural. O deslocamento do CP é descrito
segundo coordenadas num plano antero-posterior
e medio-lateral, sendo a variação do seu
comprimento e área, parâmetros efectivos para
a medição da OP (Kim, Ferdjallah & Harris,
2009).
O comprimento do deslocamento do CP refere-se
à distância percorrida pelo centro de pressão
dentro da base de sustentação. A área é o
parâmetro que delimita espacialmente a
excursão do deslocamento do CP dentro da base
de CP no plano antero-posterior e médio-lateral
(Kim et al., 2009). Uma diminuição no
comprimento e área do deslocamento do CP e
uma redução da sua velocidade de excursão
indicam uma melhoria da eficiência do controlo
postural (Sefton et al., 2009).
Hertel, Miller e Denegar (2000) referem que os
testes de equilíbrio estático em apoio unipodal
não são suficientemente sensíveis para detectar
défices no controlo motor para a manutenção do
equilíbrio, considerando os testes dinâmicos mais
adequados para a identificação de défices
funcionais relacionados com alterações na
manutenção do equilíbrio em sujeitos com IFTT.
Um estudo realizado por Ross et al. (2005), com
uma amostra de 10 sujeitos com Instabilidade
funcional da tíbio-társica e 12 sujeitos sem
instabilidade, demonstrou que sujeitos com IF
apresentam um elevado tempo de estabilização
(TE) (p=0,03) após a recepção de um salto em
apoio unipodal (a 50-55% da sua impulsão
vertical máxima), comparativamente a sujeitos
saudáveis, sendo este TE maior no sentido
médio-lateral (1,90s ±0,77s) relativamente ao
sentido antero-posterior (1,54s ±0,50s)
(p=0,02). Os autores concluem que sujeitos com
IF apresentaram um défice ao nível da
estabilização dinâmica, e que as medições do TE
após a recepção de saltos devem ser utilizadas
como indicador de reintegração na actividade
desportiva.
Hertel e Olmester (2007) verificaram no seu
estudo que sujeitos com ICTT apresentaram um
aumento da velocidade de deslocamento do CP
no sentido antero-posterior e medio-lateral. De
acordo com os modelos dinâmicos do controlo
postural, o sistema nervoso central não controla
apenas a posição relativa do centro de oscilação
postural relativamente à base de sustentação,
mas também a sua velocidade relativa de
oscilação, para a manutenção da estabilidade
(Pai, 2003).
Os testes em SLJL têm sido frequentemente
utilizados para avaliar os efeitos da IFTT na
estabilidade postural dinâmica (Brown et al.,
2004; Wikstrom et al., 2005) e a sua melhoria
através de um treino de coordenação em
pacientes com ICTT (Ross & Guskiewicz, 2006).
A IFTT tem sido correlacionada com um
aumento do TE nos planos frontal e sagital e
diversos estudos sustentam este factor como o
responsável pelas alterações e défices existentes
na recepção de saltos (Brown et al., 2004; Ross
et al., 2005).
Ross et al. (2005) analisaram o TE no plano
frontal e sagital de um tornozelo estável e
instável durante a realização de um salto
unipodal e descreveram a segurança e precisão
das medidas do TE. Estes autores definiram o
tempo de estabilização como o intervalo de
tempo necessário para que a taxa de variação
das forças de reacção ao solo imediatamente
após a recepção de um salto em apoio unipodal
seja similar à taxa de variação das forças de
reacção ao solo numa posição de apoio unipodal
estável. Este último dado, o valor absoluto
mínimo de OP, é adquirido em apoio unipodal
durante 10 segundos, após a recepção de um
salto. Os sujeitos realizavam um salto a 50-55%
da sua impulsão vertical máxima bilateral
(medida a priori) e era-lhes pedido para
realizarem recepção unipodal e sua manutenção
durante 20 segundos. Cada medição foi
realizada sete vezes e foram realizados três
medições anteriores que serviam de treino para
o sujeito. Estes autores concluíram que o TE até
atingirem os valores de oscilação postural
semelhantes ao de uma posição estática, era
significativamente superior em sujeitos com
instabilidade funcional da articulação tíbiotársica.
Ainda, Scott e Guskiewicz (2004) verificaram
que o grupo de sujeitos com ICTT (n=14)
apresentou um TE superior no sentido anteroposterior
(3,27s ±0,72 vs 2,33 ±0,33s;
p<0,001) e médio-lateral (2,48 ±0,50s vs 2,00s
±0,65s; p=0,04), relativamente a um grupo de
controlo de sujeitos saudáveis (n=14).
Revista Portuguesa de Fisioterapia no Desporto | Volume 6 Número 1
13
A visão é um sistema determinante para o
controlo do equilíbrio. Quando existe um conflito
somatossensorial, como por exemplo, uma
plataforma móvel ou uma superfície esponjosa, o
equilíbrio pode ficar significativamente alterado
comparando a performance com informação
visual Vs sem informação visual. No entanto, se
o input somatossensorial está alterado devido a
lesão, ao retirar-se a informação visual, vai
aumentar significativamente a oscilação
(Bernier & Perrin, 1998). O sistema vestibular
tem pouca influência na manutenção do
equi l íbr io quando o s i s tema v i sual e
somatossensorial estão íntegros e activos
(Bernier & Perrin, 1998).
Se o input somatossensorial está alterado, como
se supõe que aconteça em caso de ICTT, o
sistema visual pode compensar o défice do
sistema somatossensorial. Desta forma, o
balanço entre as medições com os olhos fechados
e os olhos abertos é um indicador da integridade
do sistema somatossensorial (Dornan, Fermie &
Holliday, 1978), sendo o quociente de Romberg
um dos indicadores a que se pode recorrer para
avaliar a integridade do mesmo (Tarantola et
al., 1997; Lelard et al., 2010). Este quociente
representa o cálculo entre os valores obtidos nas
oscilações posturais em condições de olhos
fechados e olhos abertos, quantificando assim a
contribuição do sistema visual para o controlo
postural (Shabana et al., 2005).
Para além do uso de plataforma de forças para a
medição da oscilação postural, poderemos
recorrer a um instrumento de avaliação que
permita avaliar as consequências clínicas e
funcionais da instabilidade, como a FAOS (Foot
and Ankle Outcome Score). Esta é uma escala
de auto-preenchimento e que integra 42
questões distribuídas em cinco sub-escalas: dor,
outros sintomas, funcionalidade da vida diária,
funcionalidade no desporto e laser e qualidade
de vida relacionada com o pé e tibio-társica
(Ross, Brandsson & Karlsson, 2001).
Conclusão
O desenvolvimento de instabilidade crónica da
articulação tíbio-társica (ICTT) é a alteração
mais comum após lesão deste complexo
articular, sendo esta caracterizada como tendo
uma componente mecânica e/ou funcional. Os
sintomas como episódios de sensação de
instabilidade articular (giving away), dor e
défices em actividades funcionais associados a
ocorrência de recidivas de lesão, determinam um
quadro de ICTT (Delahunt et al., 2010).
A avaliação da OP é realizada pela medição da
área e comprimento do deslocamento do centro
de pressão, através do recurso a plataformas de
força. Esta avaliação pode igualmente ser
complementada pela utilização de instrumentos
de avaliação, como a FAOS.
Enfatizamos a importância da avaliação
dinâmica do controlo postural, onde os
mecanismos de feedforward têm especial
relevância. A avaliação da oscilação postural,
nomeadamente em SLJL, e do tempo de
estabilização, deve ser parte integrante deste
tipo de avaliação clínica.
Estando a ICTT associada a défices no sistema
sensorio-motor, é uma constante na prática da
fisioterapia no desporto a utilização de programa
de reeducação sensorio-motora, na melhoria da
estabilidade, no sentido de prevenir e/ou
minimizar o risco de recidiva de lesão e
consequente melhoria da performance do atleta,
tanto em sujeitos com instabilidade, como em
sujeitos saudáveis (prevenção). Desta forma, é
fundamental avaliar a evidência que esses
programas podem ter na optimização e na
efectividade dos mecanismos de protecção
articular e de controlo postural.
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